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“x igual a menos b, mais ou menos raiz de delta sobre 2a”. A expressão, conhecida pelos estudantes brasileiros como fórmula de Bhaskara, faz parte do currículo de álgebra a partir do 9º ano do ensino fundamental. Embora o procedimento para resolver equações do segundo grau seja abordado em salas de aula de vários países, apenas no Brasil ele leva o nome do matemático indiano Bhaskara II (1114-1185).
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Nos Estados Unidos, o mesmo cálculo é chamado de “quadratic formula”. Na França, recebe o título de “formule quadratique”; na Espanha e em outros países da América Latina, surge como “fórmula cuadrática” ou “resolvente”. Nem mesmo na Índia, pátria de Bhaskara II, o nome do cientista é utilizado: lá, fala-se em “Sridharacharyas formula”, referência ao também indiano Sridharacharya, que registrou um método para equações quadráticas entre os séculos VIII e IX.
Bhaskara não foi o criador
Embora Bhaskara II tenha ajudado a popularizar o tema em seu livro “Lilavati”, ele não inventou a técnica. Pesquisas apontam que Sridharacharya precedeu Bhaskara em alguns séculos ao descrever o processo.
Como o nome se firmou no país
A primeira menção em língua portuguesa data de 1909. No livro “Elementos de Álgebra”, o professor espanhol radicado no Brasil André Peres y Marin — nascido em 1858 e residente no país desde 1893 — incluiu o termo “fórmula de Bhaskara”. Sua obra foi amplamente adotada nas escolas, tendência que solidificou a nomenclatura entre professores e autores brasileiros.
Segundo estudo de Rodrigo Luis da Rocha, da Universidade Federal do Paraná, há registros pontuais da expressão em textos da Espanha, Colômbia e Venezuela, mas de forma esporádica e recente. O Brasil permanece, até o momento, como o único lugar onde a referência a Bhaskara se tornou dominante.
Imagem: g1.globo.com
Meme ultrapassou fronteiras
A exclusividade brasileira virou piada nas redes sociais. Uma montagem com personagens de “Os Simpsons” questiona Bart sobre o nome da fórmula, enquanto estudantes brasileiros reclamam do tema em postagens como “Bhaskara me persegue até quando?”
Apesar da fama — e da dificuldade relatada por alguns alunos —, o método continua obrigatório no ensino fundamental, sendo aplicado para resolver problemas em que o termo de maior grau é o quadrado da incógnita.
Com informações de g1.globo.com
